Danos reputacionais e o papel do compliance no terceiro setor: lições do caso das doações desviadas em Santa Catarina
- Alessandra Calisto Piloto

- 10 de nov.
- 2 min de leitura
Caso de desvio de doações a hospitais em SC evidencia a importância do compliance e da gestão de riscos na proteção da reputação institucional.
O escândalo envolvendo o desvio de milhões de reais em doações destinadas a hospitais filantrópicos de Santa Catarina é um alerta contundente sobre a importância do compliance e da gestão de riscos reputacionais no terceiro setor.
A operação da Polícia Civil revelou um esquema estruturado de fraude, em que empresas intermediárias captavam doações via faturas de energia elétrica — em nome de hospitais importantes da região, mas desviavam parte dos valores.
O impacto foi duplo: financeiro e moral. Instituições que dependem da confiança pública para sobreviver foram colocadas sob suspeita, mesmo sendo vítimas diretas do esquema.
Quando a denúncia vem de dentro: a força da cultura de integridade
Um ponto relevante do caso é a postura de um dos Hospitais vítima, que identificou inconsistências nas doações e denunciou o problema às autoridades.
Esse movimento evidencia a maturidade de uma cultura de integridade: não basta ter um programa de compliance no papel — é preciso aplicá-lo com coragem e transparência. A denúncia interna é um reflexo direto de uma governança que funciona, com colaboradores conscientes de seu papel ético e canais de comunicação efetivos.
Três lições fundamentais para o terceiro setor
1. Compliance é ferramenta de prevenção, não de formalidade
Organizações filantrópicas movimentam volumes expressivos de recursos e estão sujeitas aos mesmos riscos do setor privado. A implementação de programas de integridade com due diligence de terceiros, políticas anticorrupção e auditorias de repasse é essencial para evitar fraudes e desvios.
2. A gestão de riscos precisa incluir o risco reputacional
A reputação é o ativo mais valioso das instituições que vivem da confiança pública. Um único episódio de fraude pode afastar doadores, inviabilizar parcerias e gerar prejuízos de longo prazo. Mapear e monitorar riscos reputacionais deve fazer parte da rotina de gestão.
3. Governança integrada é chave para a blindagem institucional
O caso envolveu hospitais, empresas intermediárias, concessionárias de energia e órgãos públicos. A ausência de coordenação entre esses atores abriu espaço para o golpe prosperar. Governança efetiva exige clareza de papéis, rastreabilidade de fluxos financeiros e responsabilização compartilhada.
Reputação: o ativo que não se recompra
O dano reputacional é o mais difícil de mensurar e o mais custoso de reparar. Quando a integridade institucional é questionada, o impacto vai além das finanças — compromete a legitimidade de quem presta serviços essenciais à sociedade.
No setor da saúde, a confiança é vital. Um programa de compliance bem estruturado, aliado a práticas sólidas de gestão de riscos, é a única maneira de garantir transparência, accountability e perenidade institucional.
Compliance e gestão de riscos não são custos. São investimentos em credibilidade, sustentabilidade e responsabilidade social.
Para fortalecer a integridade e blindar a reputação das instituições de saúde, é essencial investir em programas de compliance que combinem tecnologia, governança e cultura ética.
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